domingo, 7 de agosto de 2011

BUDDY GUY


Buddy Guy é considerado um discípulo de BB King, embora tenha onze anos menos. Mas também é inspirador de músicos como Eric Clapton – quem já não viu Clapton tocando Blues ao lado de Buddy? Guy começou a pegar em guitarra aos 12 anos. Em 1959 era guitarrista na banda de Muddy Waters. Em sua carreira solo fez trabalhos com o gaitista Júnior Wells e fusões com o jazzista Milles Davis. Pois esta fera do Blues esteve em Porto Alegre no dia 03 de dezembro de 1995, tocando no Salão de Atos da UFRGS.

O show estava previsto para as 21h, mas começou como sempre atrasando um pouquinho. No saguão do teatro encontrávamos grandes nomes do Blues gaúcho e da imprensa local, o que dava uma mostra do valor que Buddy Guy representa. Buddy Guy sobe ao palco acompanhado de três excelentes músicos e logo a galera entra em transe com os riffs blueseiros do mestre. Buddy é mais do que um bluesman, é um showman. Não para um minuto no palco, anda de um lado para o outro, agita o público com caras, bocas e gritos. Parece transar com sua guitarra, até fazê-la gemer. Mas ele não fica só no palco, vai até a platéia. Usa as unhas de uma moça como palheta, dá o microfone para a platéia cantar e fica andando pelos corredores do teatro. E o público delira ao tocar no mestre e em sua fender preta de bolinhas. Teve até quem beijasse os pés do mestre, como que o santificando.

Os músicos que tocaram com Guy eram realmente muito bons. O solo do baixista – infelizmente não consegui o nome dos músicos – foi arrasa quarteirão, o cara demoliu. O baterista no final de seu solo saiu correndo em direção a platéia como se estivesse comemorando um gol. Quanto ao guitarrista que acompanhou o mestre, mostrou alma, técnica, e uma excelente voz nas músicas em que cantou. Está pronto para uma carreira solo. Mais uma vez pudemos conferir outra lenda do Blues aqui em Porto Alegre. O show teve aproximadamente 1h e 30min e terminou com a clássica Mustang Sally.


Texto: Denilson Rosa dos Reis

Ilustração: Alex Doeppre

PHIL GUY – QUASE ACÚSTICO


Denilson & Phil
Já havia tido a oportunidade de ver Phil Guy duas vezes. Mas desta feita havia um ingrediente diferente: os organizadores prometeram um show acústico. De qualquer forma, não poderia perder a oportunidade de rever, mais uma vez, o irmão mais novo do mestre Buddy Guy. Isto mesmo, para quem não acompanha o Blues ou lhe falta informação. O sobrenome não é apenas uma coincidência; nas veias de Phil corre o mesmo sangue de Buddy. Mas não é o momento de fazer comparações entre suas carreiras, pois Buddy Guy atingiu o status de Mestre do Blues e aí, não tem comparações: mestre é mestre!
Seja como for, Phil Guy tem uma carreira importante, inclusive tocando na banda de grandes nomes do Blues, como a do próprio irmão. E hoje mantém uma bem sucedida carreira solo, com diversos discos lançados; sete ao todo. Esta apresentação de Guy ocorreu dia 15 de julho de 2007 no auditório Átrio do Santander Cultural em Porto Alegre. Embora o folder anunciasse “uma das raras apresentações acústicas” de Phil, na realidade foi “quase acústica”. Guy, que faz o chamado “blues elétrico de Chicago”, não consegue se separar de sua fender telecaster amarela. Subiu acompanhado de baixo e da gaita de Gaspo, um dos principais nomes da harmônica em Porto Alegre.
Neste formato, guitarra/baixo/harmônica/voz, Phil Guy foi tocando standers do Blues de uma forma simples, como se estivesse em uma esquina qualquer de Chicago, mas com a alma que só aqueles que nasceram e se criaram com o Blues são capazes de fazer. O público, por sua vez, foi caloroso com Phil, deixando-o à vontade, inclusive, para fazer um Blues para Porto Alegre. Depois de 1 hora de Blues, que culminou com a clássica “Sweet Home Chicago”, Phil Guy ainda foi paciencioso para tirar fotos e apertar a mão dos ávidos fãs do Blues.
Ps.: Este artigo é uma homenagem a Phil Guy que morreu de câncer de próstata em agosto de 2008 em Chicago Heights, Illinois, poucos meses após ser diagnosticada.

Texto: Denilson Rosa dos Reis