sexta-feira, 17 de junho de 2011
LONNIE JOHNSON – O POETA DO BLUES
Um dos bluesmen mais líricos nasceu na terra do Jazz, Nova Orleans, em 1884, com o nome de Alonzo Johnson. Ele aprendeu violão e violino, o irmão tocava violão, violino, banjo e piano. Como não causavam nenhuma impressão na cidade, resolveram pegar a estrada. De 1917 a 1919, Lonnie participou de um espetáculo musical em Londres. Começou a tocar com orquestras, primeiro num barco a vapor do Mississippi e depois em St. Louis, onde se instalou com o irmão. De repente, a música deixou de ser bom negócio e Lonnie partiu para a luta.
Em 1925, uma competição de Blues sacudiu o Teatro Booker T. Washington em St. Louis durante 18 semanas. O vencedor foi Lonnie Johnson. Os olheiros das gravadoras estavam em cima deste concurso e, dentro de uma semana, Lonnie era contratado pela OKeh e gravava seu primeiro disco. Sua técnica do violão era muito sofisticada, com toques de Jazz. No começo, Johnson gravou em duo e trio. A partir de 1927, gravou com mais acompanhantes, usando pela primeira vez um violão com frente revestida de metal, que tinha um som mais suave e prolongado. No mesmo ano, em Chicago, gravou com o Hot Five de Louis Armstrong. Seus solos entraram para a história do Jazz. Em 1928, Lonnie gravou com Duke Ellington e em 1929 viajou com Bessie Smith.
O ano de 1932 foi uma busca frenética de discos “vendáveis”. Lonnie passou a gravar mais e mais Blues de apelo sexual compondo sob pressão. Depois do período da Depressão econômica em 1937 começou a gravar de novo para a Decca e depois para a Bluebird, da RCA. Em 1945, cedeu à nova moda e aderiu à guitarra elétrica. Muitos acham que foi aí que perdeu o seu estilo. Em 1952. Lonnie viajou até a Inglaterra para uma série de concertos. A redescoberta do Folk e do Blues na virada dos anos 1950/60 o trouxe de novo à tona. Em 1960, promoveram um reencontro de Johnson com Ellington no Town Hall de Nova Iorque. Depois de centenas de gravações, Lonnie Johnson foi morrer em Toronto, no Canadá, em 1970.
Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Diego Müller (RS)
Fonte: Blues – Da Lama a Fama (Editora 34)
GIGANTES DO BLUES
Porto Alegre ou, podemos dizer, o Rio Grande do Sul, também tem seus “gigantes do blues”. A música que nasceu nos campos de plantações de algodão no Mississipi, sul dos Estados Unidos também tem seus seguidores – sim, o blues é quase uma religião, por isso seus apreciadores são chamados de seguidores – no Rio Grande do Sul. Isto ficou mais uma vez comprovado na festa de 3 anos da Confraria do Blues, evento que leva ao palco do Believe Studio Pub, todas as sextas-feiras, nomes do blues local e até nacional.
Para comemorar estes 3 anos de confraria, a produção chamou ninguém menos do que o ícone do blues gaúcho, Solon Fishbone. O guitarrista foi o responsável por marcar o blues gaúcho no cenário nacional com gravações de discos de reconhecimento em todo o país e com participações nos principais eventos blueseiros do Brasil. Solon também inspirou toda uma nova geração de guitarristas a seguirem os caminhos da escala pentatônica e comporem blues do mais alto nível. O convidado, mais do que de honra, para este show foi Fernando Noronha. Aluno de Solon, Noronha tem conquistado uma carreira internacional, levando o blues gaúcho para os Estados Unidos e Europa, tocando ao lado de grandes nomes e mestres do blues mundial.
Além dos “gigantes” Solon & Noronha, a noite do blues começou com a banda da casa, a Confraria Blues Band, chamando uma série de convidados para dar uma “canja”, seja na guitarra com o Azambuja, no baixo com Luciano Albo, na harmônica com Andy Boy ou nos vocais com Alicia Azambuja. Na noite do dia 04 de dezembro de 2009, o público do Believe apreciou o que há de melhor do blues produzido